quarta-feira, 21 de outubro de 2009

possibilidade

o homem tem horror à solidão física, isso faz com que ele se identifique com o outro.
trata-se do chamado por kant, nietzshe, tocqueville e barrays de "rebalho", ou "gregário", do movimento das agregações e das buscas.
dá-se, entre outros, as vivências ou mesmo a possibilidade de experiências. a distinção entre elas existe. na vivência há vida prática, acúmulo de tarefas, execução de atividades, compromissos, afazeres, submissão consciente e inconsciente; uma prática sem reflexão, que é também o primeiro passo para a depressão: vida só pelos impulsos. na experiência o sujeito depara-se com a simbolização, é preciso um ócio, um tempo para si para entender do que se tratou a vivência; sim, acredite: o ócio, o tempo para si, é permitido. eis então a possibilidade da transformação da vivência em experiência.
o estar só pode ser recebido na função de reflexão, e pode ser bem recebido no entendimento de que se pode sim estar junto.
no entanto, aquilo que não se simboliza, ou que não se pode simbolizar é o que traz angústia, ora, eis então a necessidade de re-significar.
a angústia, para lacan, é aquilo que se aproxima do real, e por tratar-se do real, não se pode significar totalmente, apenas parcialmente, porém, entenda-se aqui que há uma possibilidade. (fernanda pereira - reflexões de fragmentos a la montoto)
(figura: sunday, 1926, edward hopper)

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