domingo, 20 de setembro de 2009

'o peito como bússola'



"já que não estamos aqui só à passeio.
já que a vida enfim não é recreio.

eu vou, na bubuia, eu vou...

flutuo, navegando sem tirar os pés do chão,
365 dias na missão...

na bubuia eu vou...

subo o rio no contra fluxo,
à margem da loucura,
na fé que a vida
após a morte continua.

eu vou, na bubuia, eu vou...

entoo uma toada em dia de noite escura,
na sequência, na cadência, na fissura...

eu vou na bubuia, eu vou...

eu vou suave, bebendo água na cuia.
olho aberto, papo reto,
o peito como bússola.
nenhum receio do lado negro da lua,
que me guia, na bubuia.

eu vou, na bubuia, eu vou...

o destino é o mar onde vou me desfazer,
contente a deslizar na correnteza do viver

na bubuia eu vou...
eu vou, na bubuia, eu vou"
(anélis assumpção, thalma de freitas e céu - bubuia)
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'o peito como bússola,
nenhum receio do lado negro da lua'

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"felicidade é quase tudo ou quase nada"

"sonhei que eu tava no futuro,
sonhei sonhei,
e resolvi pular um muro,
sonhei sonhei,
mas muro já não existia.
até aí tava legal, criei um muro virtual,
mas o chip de coragem que eu tinha implantado
não era compatível com o pulo instalado,
então me teletransportei para o passado
e quis comer um frango assado.
aquele certamente não era o meu dia,
num passado tão remoto não tinha padaria.
pensei em tomar uma cerveja gelada
mas a geladeira ainda não tinha sido inventada!
'vamo caçar', disse o cara do lado.
'deixa pra lá, onde é que é o supermercado?'
voltou com uma galinha viva
pensei: 'meu Deus que coisa primitiva'
com um sorriso nos lábios, sem maldade, ele falou contente:
'torce o pescoço até matar e depois depena na água quente'
eu disse: 'chega, eu quero voltar pro presente'.
acordei sobressaltado, tomei um banho,
sentei na cama pelado e compus um samba estranho.
olhei o relógio era meio-dia, eu fui a pé até a padaria.
'eu quero aquele bem passado e uma gelada
que eu vou comer lá na calçada'.
sentei na guia e chorei (chorei , chorei)
sentei na guia e chorei (chorei , chorei).
lambi a lágrima salgada,
compreendi: felicidade é quase tudo ou quase nada.
...équasenadéquasetudoquasetudouquasenada..."
(samba estranho, adoniran barbosa e itamar assumpção, por juçara marçal e kiko dinucci)
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no presente.