domingo, 30 de maio de 2010

tulipa "efêmera"

“a música que chega aos nossos ouvidos é um tipo de promessa, pois o movimento elíptico da pulsão rodeia o objeto faltante. trata-se da promessa de que é possível o encontro amoroso. somos tomados pela esperança e pelo desejo de amar” (deise rossi, do livro: “o amor na canção”, 2003)

hoje foi lançamento do álbum "efêmera", show lindo, ...emocionante, com misto de lágrimas e sorrisos ao mesmo tempo numa mesma face, alegria de cá e de lá, coração pulsante e vontade de viver... de nos “tomar pela esperança e pelo desejo de amar”.

"como é legal essa sua transição..." (tulipa ruiz)

momento lindo, compartilhado por tantos que também estavam do lado de cá do palco, e tão afetivamente traduzido nas palavras, nos olhares, nos movimentos e nos acordes dos que estavam do lado de lá...
fomos atingidos pela "nota azul"...

ficará com todo carinho na alma e nas boas lembranças da vida!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

repouso

é deliciosa a sensação de sorriso que repousa serenamente na face quando se deita para dormir...: noite de paz!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

a duquesa suspirou...

lorde henry interrompeu.
- e também a boa reputação. todo efeito que produzimos nos proporciona um inimigo. quem quer ser popular tem que ser uma mediocridade.
a duquesa sacudiu a cabeça.
- isso não funciona com as mulheres. e quem governa o mundo são as mulheres e, posso assegurar, não suportamos mediocridades. nós mulheres, como alguém já disse, amamos com nossos ouvidos, assim como vocês, amam com os olhares. isto é, se é que amam.
- parece que é isso o que fazemos o tempo todo - murmurou dorian.
a duquesa entristeceu, de troça.
- ah, então vocês não conhecem o verdadeiro amor, sr. gray.
- minha cara gladys, como pode falar assim? - interrompeu lorde henry. - todo romance vive da repetição e a repetição converte todo apetite em arte. além disso, cada vez que amamos é a única vez que amamos. a diferença de objeto não altera a exclusividade da paixão, apenas a intensifica. podemos ter, na vida, no máximo, um grande experiência, e o segredo da vida está em repeti-la com a maior frequência possível.
a duquesa fez uma pausa.
- mesmo quando essa experiência nos fere, harry?
- especialmente quando nos fere.
a duquesa virou-se, olhou para dorian gray; nos olhos, a expressão de curiosidade, inquisitiva.
- e você, sr. gray, o que tem a dizer?
dorian hesitou, por instantes. depois, jogou a cabeça para trás, riu.
- eu sempre concordo com harry, duquesa.
- mesmo quando ele está errado?
- harry jamais está errado, duquesa.
- a filosofia dele deixa-o feliz?
- eu jamais procurei a felicidade. de que vale a felicidade? de minha parte, sempre procurei o prazer.
- e o encontrou, sr. gray?
- muitas vezes. muitas vezes.
a duquesa suspirou.
- quanto a mim, procuro a paz...
.
.
.
- você está apaixonada por ele?
a duquesa não respondeu de pronto. apenas contemplou a paisagem, até que, por fim:
- eu gostaria de saber.
lorde henry sacudiu a cabeça.
- sabê-lo seria fatal. o encanto está na incerteza. a bruma torna as coisas maravilhosas.
- mas as pessoas podem se perder.
- ora, minha cara gladys, todos os caminhos conduzem ao mesmo lugar.
- e que lugar é esse?
- a desilusão.
a duquesa suspirou."
(trechos de "o retrato de dorian gray", de oscar wilde)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

quero ter uma vida-lazer




"cidade abandonada: ponto inicial da transposição das águas"

"quero ter uma vida-lazer"

(filme: viajo porque preciso, volto porque te amo, de marcelo gomes e karim aïnouz)

terça-feira, 11 de maio de 2010

sobre o amor

"que é o desejado? é o desejante no outro, o que só pode se fazer se o próprio sujeito for situado como desejável, eis o que ele demanda na demanda de amor. 'o amor é dar o que não se tem, e só se pode amar fazendo-se como se não se tivesse, mesmo que se tenha. o amor como resposta implica o domínio do não-ter. dar o que se tem é a festa, não é o amor' (lacan, a transferência)".
(sobre o amor, dicionário enciclopédico de psicanálise, o legado de freud e lacan, pierre kaufmann)
(figura: eros)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

eclipsado pelo outro...

(figura do livro: o que é comunicação poética, de décio pignatari)

sábado, 8 de maio de 2010

meu partido...


meu partido?
é o partido alto!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

ela tocou...

cheguei em casa agora pouco... dia delicado...
a mais nova moradora estava no sofá, ao lado de mamãe...
papo vai, papo vem e ela conta que encontrou na rua uma moça que havia acabado de ganhar a tal relíquia... mamãe pediu para comprar e a moça para vender...
eis que a menina da foto estava então aqui...
pedi com o carinho, cuidado e aparente despretensão que mamãe tocasse... afinal passei 27 anos da minha vida ouvindo as histórias dela tocando lá nas suas terras, em sua infância... mas ela nunca mais tocou… nunca tocou para eu ouvir... há quase 40 anos ela não tinha uma dessa, segundo ela: "igual a de papai"...
ela, resistente, mas desejosa, tocou...
ai!!! indescritível as emoções... com misto de sorriso, choro contido e lágrima teimosa que escapou...
isso vai ficar guardado em mim...
ela "tocou"...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

é sempre samba...

e hoje, na aula de psicanálise, música e amor... enquanto a professora lia sua carta para belchior em que dizia:
"estamos condenados a buscar 'aquilo' que nos tornaria substanciáveis e encontramos objetos inadequados aos nossos desejos...",
eis que ela comenta:
"pois então, esses objetos é sempre sombra, de outra coisa"...
e eu, em meu ato falho de escrita, escrevo:
"é sempre samba, de outra coisa..."

terça-feira, 4 de maio de 2010

criança, a alma do negócio

link para o filme: criança, a alma do negócio... de estela renner
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40

vale ver e escutar... de como a criança tem sido tomada como objeto de consumo... tal qual consumidor no mercado; de fazer a criança mais precoce para ter um consumidor...
e também para pensar sobre como o imaginário do adulto é captado pela criança dentro de suas perspectivas, como ela capta a categoria da importância e elege seus objetos supostos.

sábado, 1 de maio de 2010

da angústia...

“a angústia resultante da diferença entre as pulsões humanas e o ‘politicamente correto’ se evidencia, por exemplo, na pressão para o gozo no consumo e na impossibilidade de se gozar tudo que aparentemente o mundo oferta, ou, ainda, na sensação de não ser ‘perfeito’ ao gozar. [...] a angústia de um ser biologicamente gregário, nascido prematuro e dependente, inserido contraditoriamente num mundo que cobra a individualidade das suas escolhas e a obrigação de gozar a mais que seu semelhante, talvez possa dizer algo sobre uma violência, que por vezes escapa do sintoma no corpo para perder-se caoticamente no social”.
(fantini, joão angelo. imagens do pai no cinema: clínica da cultura contemporânea, 2009)
(figura: salvador dali, labyrinth
)