sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ato

o sujeito por vezes vê-se vivendo tal qual autômato, reproduzindo ações e rotinas que não fazem sentido, por vezes até questiona-se do porquê, porém permanece reproduzindo. sensações tais quais as da depressão são justamente fruto das ações sem sentido, e perdendo-se o sentido não há mais impulsos para ir para qualquer lado.
situações como essa, podem ser comparadas com um jogo de poker: só acabam se você sai da mesa, levanta e sai; pois elas podem não ter fim, podem levar a cronicidade autômata (auto.mata). no entanto, é possível entender que os verdadeiros ganhos podem estar fora da mesa, que aquele jogo não é bom para ele, que suas cartas não servem para aquela rodada, e que, sobretudo, o maior blefe é aquele que engana o próprio sujeito. e para levantar da mesa - e sim, pode levantar - é preciso um ATO. um ato em direção ao sentido, em direção a possibilidade, em direção a algo que é diferente do gozo, do excesso ou da carência, mas que é da ordem do prazer, da homeostase possível das coisas, e sim, é possível.
levantar e sair.
apelo ao ato.
(fernanda pereira - reflexões)
(figura: autor desconhecido)


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