a gente anda ressabiado de dizer que gosta das pessoas... então a gente inventa coisa, entende? a gente inventa que é tímido... e que não encontra jeito de dizer. a gente inventa que está ocupado e que um dia, sei lá, vai ter tempo de sentar e conversar... de repente, você se toca que não tem mais nada pra ser feito... é tarde paca!
quero dizer, eu não acho que seja tarde, entende? porque eu acho que as coisas não se acabam aqui. isso aqui é... a gente vem pra cá pra isso mesmo: pra ficar aqui fazendo coisas... acrescentando uma bagagem grande pra gente e pras pessoas... e transar uma vida melhor...
realmente é muito triste... as pessoas só saberem que a gente gosta delas depois que elas se foram."
(entrevista do DVD "elis regina, 1973 mpb especial")
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fê, des-res.sabi.ando...
Um comentário:
Tarde seria para quando os braços se desentrelaçam após longos e frutíferos minutos de um aconchego. Ou quando nenhuma palavra a mais fará sentido, pois tudo já foi dito e sentido. Ou quem sabe tarde é quando os lábios se desgrudam, já secos e cansados, por terem percorrido todos os cantos de outra boca, com a certeza que agora em diante, não mais errará o caminho. Tarde seria se um ressabio não construir-se com a leveza de um assobio. Tarde, não nunca. Cedo, na hora certa. Coragem para apertar o botãozinho que separa os dois!
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