sexta-feira, 13 de agosto de 2010

é o "mais amor"

vídeos do programa "café filosófico", pelo psicanalista flávio gikovati, com o tema "o amor que se vai".

-> o aconchego principal do amor deve derivar das afinidades intelectuais e do respeito pela individualidade, é o novo tipo de romance, é o “mais amor”.















excertos do programa:

-> o amor é o remédio para a dor do desamparo, que nasce quando nascemos.

-> condição uterina é o paraíso.
-> o nascimento é a expulsão do paraíso.

-> o amor é interpessoal, depende de um sujeito especial, em especial.

-> o sexo é excitação, é prazer positivo, não depende de um desprazer anterior. – sexo se pratica.
-> o amor é paz, é prazer negativo, depende de um desprazer. – amor se sente.

-> o tipo que ama mais intensamente, que é o generoso, é mais dedicado e interessado sexualmente, e geralmente com o parceiro do tipo egoísta. dois generosos podem se complicar - a mulher generosa dá e o homem generoso tem sua vontade diminuída. os casais que se dão bem por vezes têm vida sexual relativamente pobre.

-> a escolha do objeto adulto, que vai substituir a mãe, se dá pela admiração, conforme dizia platão, no banquete.

-> quanto mais baixa a minha autoestima, maior a tendência de admirar o meu oposto.

-> o amor não resiste a qualquer tipo de contratempo. acabou a admiração a coisa sentimental se vai.

-> trabalhar para eu deixar de ser o que sou, e não para o outro deixar de ser o que é!

-> queremos encontrar alguém para ser a imagem do nosso ideal ou queremos corrigir no outro aquilo que deveria ser corrigido em nós mesmos.

-> o tempo é o remédio efetivo para o luto. os mais ocupados são mais competentes para suportar o luto.

-> a dor da ruptura é da transição, não da solidão. a dor da solidão vem depois da transição, quando se acomoda na solidão.

-> ou você tem um parceiro que é eu seu oposto ou que é seu afim. com o oposto o individualismo não cresce, reforçam sim o egoísmo, duas metades que precisam cada vez mais um do outro.

-> o aconchego principal do amor deve derivar das afinidades intelectuais e do respeito pela individualidade, é o novo tipo de romance, é o “mais amor”.

4 comentários:

Thais disse...

Vi ontem, Fe. Obrigada pela noite de reflexão. =) É por essas e outras que tenho por ti tanto mais amor.

Beijos, flor.

Thais

Roberto (topned@yahoo.com) disse...

Embora um estranho em teu blog, arriscarei o questionamento de um dado... Concordas com a tese tomada como pressuposto por Gikovate para o desenvolvimento de suas hipóteses, de que sexo não se identifica com amor mas com agressividade? Penso se não basta a leitura de um clássico absoluto do amor romântico (http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3012693&sid=0234151131282719443829967&k5=26E50F09&uid=) / (http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=1372064&sid=0234151131282719443829967&k5=26E50F09&uid=) para não apenas relativizar a universalidade desse 'dado', mas também lembrar o quanto de 'afinidade' e 'companheirismo' pode existir em uma relação amorosa do tipo romântica, apaixonada. Acho que uma boa dose de Wilhelm Reich representaria um salutar contraponto aos pressupostos otto-rankianos de Gikovate...

fernanda ler.ato disse...

caro roberto,

suponho que concordo, e muito, sobre as possíveis afinidades e companheirismo que existem no amor romântico, felizmente!
mas também, vejo sentido na fala do gikovate sobre a agressividade no sexo no sentido da energia investida... sobretudo no contexto em que mostra que tratam-se de coisas distintas, sexo e amor, o que definitivamente não os impossibilita de estarem juntos...
e sim, sua indicação de leitura é linda e bem-vinda...

abraço e bons afetos,
fernanda

Ana Carmo disse...

Adoro Flavio Gikovate. Vi um Café Filosófico com ele que não tenho certeza se era esse. Ele falava muito sobre amor moderno e amor romântico. Em suma ele dizia que 'o amor romântico é um amor infantil e dependente como o do bebê pela mãe. E que o amor moderno envolve respeito de ambos os indivíduos.'
Pena que ainda tem muita gente que acredita no amor romântico.
bom encontrar teu blog.
beijo