sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

'eis a questão'




"como então viver num mundo de encontros afetivos, que são naturalmente isentos de garantias e, nem por isso, deixar de experimentar tais encontros, tendo como mediador o terror e a exigência maníaca de continuidade?
parece que é justamente aí que toma forma um desafio: o de manter uma proximidade com os movimentos do devir, ou seja, de enfrentar o medo daquilo que é inusitado para que o devir possa se reverter em um fonte de experimentação, na qual a continuidade e a estabilidade do encontro não sejam colocadas como centrais e indispensáveis, mas o risco de viver e de amar possam ser vividos como fazendo parte da existência..."
(mansano, 2006)

4 comentários:

Thais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thais disse...

Difícil o desafio de não ter exigência maníaca de continuidade do que é bom, né?

Tô tentando aprender, mas, sinceramente, não sei se gosto mto dessa ideia, não. rs

Bjns

PH disse...

Mas ocorre que somos escravizados pela "estabilidade", reféns de uma ideologia que apregoa o ponto de equilíbrio como o manancial da felicidade, quando, com efeito, o nascedouro da felicidade se materializa apenas em fragmentos efêmeros, simulacros de uma idéia que transcede o conceito burguês e ultrapassado do que ela efetivamente plasma. A " continuidade e a "estabilidade" são os paradigmas da platitude, da vidinha modorrenta que nos doutrinaram seguir. O risco de se deixar engolfar pelos abalos sísmicos da vida é bem mais inebriante e catalisador do que a famigerada, em total estado de degeneresência "estabilidade". A estabilidade me atormenta e, na esteira disso, evidecia-nos que ela é um conceito falido em si, porque o estável nos engessa, fossiliza-nos na mediocridade de uma vida que confontramos.
Meu ato de libelo contra a fossilização dos diapasões idiotas, puramente idiotas.
Fê, adorei o post.
Beijos!!!

Anônimo disse...

PH: - A nível de uma transcendência que plasma nossa platitude como manancial de um sorriso beatífico e, por seguinte, deveras efêmero, porque constituido por uma face infante, metáfora de um puro sentir, a nível de um tudo assim composto com e por universos em si, você não deixa de ter razão quanto ao paradigma da doutrina efetiva de um pensamento arcaico a cerca do núcleo de uma vida estável, mas que desemboca na famigerada, ipso facto, atormentante e degenerada estadia de estabilidade cotidiana que nos envolve e nos sufoca, e que, mesmo com inebriantes atos e libelos contra a mesmice estagnada de corpos burgueses vivendo na membrana plasmática de um célula sem complexo de golgi, qual seja, a sociedade capitalista, nós não temos porque senão concordar que a maníaca exigência da continuidade nos afeta, assim como a putrefação do orgânico e visceral pensamento regurgitante de uma praxis não efetivada nos substratos de nossa mente cega por paixões inexpli e inextricáveis, mas que enxerga de profundis a alma matter do obscuro e do opaco, incorporados por seres que, como você mesmo disse, congelam em diapasões idiotas, puramente idiotas, as idiotices veículadas pela estupidificação midiática.